quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Saudade

Homenagem a queriida Artele Hermes né Roberta? Ou não =P

Trancar o dedo numa porta dói
Bater com o queixo no chão dói
Torcer o tornozelo dói
Um tapa, um soco, um pontapé, doem
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela pra a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada,
se ele tem assistido as aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial,
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros,
se ele continua preferindo refrigerante,
se ela continua preferindo suco,
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados,
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor,
se ele continua cantando tão bem,
se ela continua amando MC Donald's,
se ele continua amando,
se ela continua a chorar até nas comédias...
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
não saber como frear as lágrimas diante de uma música,
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler.


Miguel Falabella. [segundo ela]

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6 comentários:

Unknown disse...

SAudadeeeeeeeeeeee
ehhhh kra..
sem comentarios..rs
te amuuu
beijoos

Mundinho das Garotinhas disse...

Ahhh garotaaaaaaaa
Vc me faz ficar assim...uma bobona choronaaaaaa

hahahahahahahaa

Olha isso...
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.


Eh exatamente isso...

O texto eh seu???

Eu copiei e imprimi...agora quero dar os créditos a quem merece...rsrsrs

TE AMO garotaaaaaaaa

Roberta disse...

Ahn...
Vi as paradas de colocar a foto no Orkut; cara, nem acredito! rs
Vou encher de fotos =P

Ah, e colocarei os créditos da sua criação do meu blog. Ou não... rs

Brincadeiraaa, vou colocar sim!

Bjs

Thiago Kuerques disse...

"Saudade é não saber mesmo!"
Já não sei.
"Quando bate a saudades eu pego as cartas eu leio e releio. Sinto o perfume, o seu cheiro. A fotografia que você me deu" (Pimenta do Reino - Saudade)

Bom. Preciso dizer que chorei, e chorei sem vergonha de parecer menos homem por isso?

Sem mais.
Beijos

Roberta disse...

Espero que tenha melhorado!

=*

Roberta disse...

Ah, e claro.
Você esqueceu de colocar
'querida' antes de Ártele =P